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Especial Mulheres do Bem
por Pedro Henrique Oliveira
Publicado em 17 de março de 2024 às 09:55 / Atualizado em 17 de março de 2024 às 09:55
Em comemoração ao mês da mulher, a revista Sou abre espaço para contar histórias de quatro mulheres que doam tempo para ajudar e inspirar a sociedade através de obras e projeto sociais para Guarapari. Conheça a vida e o trabalho de cada uma delas, que dedicam suas vidas a estender a mão e acolher outras pessoas com trabalhos que servem de inspiração para todos.
Alba Sampaio, vice-presidente do EcoPaz
Psicóloga, professora e imortal da Academia Marataizense de Letras e da Academia de Letras e Artes de Guarapari, a cachoeirense Alba Sampaio reuniu todo o conhecimento para idealizar ainda em 2008 um espaço de acolhimento que não foi para a frente, até que em 2021, ao lado de Dinalva Dornellas e outras voluntárias, deu início ao Espaço de Convivência Paz e Bem, em Guarapari, onde é vice-presidente, com o objetivo de dar suporte psicológico e emocional a mulheres vítimas de violência doméstica.
“O apoio emocional, o acolhimento, o abraço, o afeto que elas recebem no primeiro momento, e depois são acompanhadas por psicólogas e se desejarem ter massagem, reiki e acupuntura à disposição dessas mulheres, para mim, é de grande valia e importância. Nós, voluntários, nos sentimos honrados de cuidar e acolhê-las.”
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Sexta de oito filhos de Manuel Sampaio e Norma Santana Sampaio, Alba possui especialização em áreas como História, Literatura e Psicologia, e recentemente foi indicada ao prêmio Mulheres que Inspiram, do Clube de Mulheres de Guarapari. “Para mim é o reconhecimento do trabalho, isso que é mais importante, que o trabalho foi reconhecido. Todas nós, voluntárias, somos mulheres que inspiram a continuar, a passar por mais desafios. Nós, da EcoPaz, inspiramos outras mulheres a levantar, se reerguer e caminhar, apesar da dor, caminhar.”
Lourdes Novaes, diretora da Creche Alegria
Nascida em Caruaru, no agreste pernambucano, Lourdes Novaes escolheu o Espírito Santo para morar há 43 anos. Foi através do trabalho social no qual ajudava na distribuição de cestas básicas a famílias necessitadas, e também reformas de casas em situação crítica, na Casa de Oração São Francisco de Assis, em Guarapari, que a esteticista largou a área que trabalhou durante 30 anos para se dedicar, ao lado de outras pessoas, à fundação da Creche Alegria.
“Um grande amigo, Marcelo, disse que gostaria de fazer mais doações de casas às famílias carentes, e meu irmão Gilberto, fundador da casa de Oração, sugeriu que seria melhor construirmos uma creche, onde atenderíamos as crianças e daríamos oportunidades aos pais de trabalharem, deixando os filhos em local seguro durante o dia. E assim foi feito, em 1 ano e meio a Creche estava pronta”, conta ela. A Creche Alegria começou os atendimentos em 2011, com 20 crianças, e atualmente recebe 115, todas de famílias de baixa renda, no bairro Santa Mônica.
Mãe de três filhos, Lourdes tem sete netos e dois bisnetos, e apesar do árduo trabalho de manter de pé uma instituição que vive de doações, ela não esmorece. “É uma batalha constante a busca por recursos para a sustentabilidade dele, mas a luta é prazerosa. E ver a felicidade destas crianças nas atividades diárias, recreativas e pedagógicas, com alimentação saudável e receber tanto amor é impagável. Só agradecer a Deus por este presente e a todos que fazem parte desta linda história.”
Francini Moreschi, delegada da mulher de Guarapari
A oportunidade de trabalhar na Polícia Civil veio de forma despretensiosa, mas o destino foi implacável ao colocar Francini Moreschi a frente do combate à violência contra a mulher em Guarapari. De família natural de Alfredo Chaves, onde viveu por 14 anos, ela ingressou na Polícia Civil aos 26 anos, mas seu sonho era exercer a Magistratura. A demora na abertura do concurso deu a chance para que ela entrasse na corporação, onde foi nomeada Delegada da Mulher em Linhares, e há cerca de 13 anos, de Guarapari. A delegada atribui à dedicação dos pais a profissional que é hoje e diz ter se apaixonado pela profissão.
“Não se combate a violência doméstica, tão apenas, com a repressão, mas principalmente através de ações preventivas de conscientização e por grupos reflexivos, em especial com homens agressores, visando atingir a matriz do problema, a cultura do machismo”,explica.
Casada e com uma filha de 10 anos, que já reconhece a importância do trabalho da mãe – “Ela tem muito orgulho da minha carreira e já tem consciência acerca dos desafios de ser Mulher, em uma sociedade que ainda possui cultura patriarcal” – Francini segue forte com seu trabalho de luta e inspiração.
“Por amor à matéria, olho para trás e percebo que criei uma identidade de Mulher forte, ou como dizem por aí, ‘a loura brava’ e tenho muita gratidão a Deus, por me capacitar, todos os dias, visando auxiliar não apenas as vítimas, mas a família a ter uma vida longe da violência. Sabemos que muitas, por questões diversas, podem ter voltado a viver em ambiente familiar de conflito, mas o fato de saberem que possuem um lugar para recorrerem, já se torna um acalento para meu coração.”
Tatiana Perim, presidente da Apae Guarapari
Há 19 anos nasceu Davi, primeiro dos três filhos de Tatiana Perim e Francisco. Portador de Síndrome de Down, o menino fez com que a mãe se aproximasse ainda mais de causas sociais. Já dedicada a trabalhos com crianças em outras instituições, foi na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) que Tatiana levou o filho para acompanhamento e, posteriormente, passou a se envolver na administração da casa, onde hoje é presidente.
“Nós começamos o tratamento na Pestalozzi e depois, ele maiorzinho, levamos para ter acompanhamento na Apae de Guarapari. Dessa forma, comecei a me identificar com todo o trabalho, participei da diretoria, atuei como vice-presidente e, na gestão atual, estou como presidente.”
Formada em Turismo e Gastronomia e pós-graduada em Projetos Sociais, Tatiana também é empresária, e ressalta a importância da Apae na formação de uma sociedade mais igual para todos.
“Eu estou na posição de captar recursos, parceiros e mobilizar a sociedade civil para diminuir essa fragilidade das famílias que têm entes especiais. É triste não termos mais recursos, apesar de a prefeitura e o estado terem seu papel, isso não é o suficiente para que a instituição realize uma série de atividades que precisa. Precisamos muito que sociedade civil esteja envolvida com a causa social. É um trabalho feito com muito amor, e esse retorno meu é através da vivência que tenho com o Davi, que é o amor maior e eu agradeço a Deus por isso.”
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