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Missão especial: ser mãe
por Carolina Brasil
Publicado em 12 de maio de 2024 às 10:30 / Atualizado em 12 de maio de 2024 às 10:30
Tudo que vem à mente quando o momento de falar das mães acontece pode parecer clichê, mas ao elencar algumas das características desse ser, percebemos que são verdades que merecem ser repetidas: ser mãe é se desprender do individualismo para colocar o filho acima de tudo; priorizar os cuidados e as necessidades deles; se alegrar com cada fase, cada conquista e todo aprendizado que ele faz ao longo da vida; ser mãe é transformar-se em uma nova mulher com a chegada do filho e dar a ele ou a eles a certeza de que nunca estarão sozinhos. Uma mãe é feita de desafios, de incertezas, de alegrias e de um amor sem medida. Ser mãe é uma verdadeira missão da qual não se pode (nem se quer) desistir e cada uma, mesmo com tanto em comum, é única, como os exemplos que reunimos nesse especial. Confira!
Kamila Lemos, mãe da Emily, da Nicole e do Nicolas
A empresária e mãe de três filhos Kamila Arruda Lemos (38) é exemplo de como a maternidade transforma as mulheres. Recentemente, ela perdeu a mãe e sabe que foi na oportunidade de ser uma mãe e no amor da Emily, de 13 anos, e do casal de gêmeos Nicolas e Nicole, de 11 anos, que encontrou a força para aceitar e entender o luto. “A maternidade, sem dúvidas, para mim, é um sonho realizado onde agradeço a Deus todos os dias por esse privilégio em gerar vidas. Antes era uma pessoa totalmente diferente; a Kamila de hoje é mais humana, compreensível, amorosa e forte.”
Exemplo também do que acontece em muitos famílias, Kamila equilibra a maternidade com a vida pessoal e social, e a de empreendedora há 25 anos ao lado do marido; o casal está à frente da Virtual Material Elétrico, que nasceu da Virtual Vídeo, primeiro negócio deles. “Esse conjunto de responsabilidades representam um desafio na maternidade, o de conciliar o cuidado dos filhos, da família e de empreender. Mas tenho orgulho de fazer tudo com dedicação e muito amor, e mais orgulhosa e feliz ainda por entender o real motivo do meu propósito de vida, do amor que sinto por eles, pois a minha maior felicidade está em vê-los com saúde e felizes”, descreve.
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Kamila conta que viveu e vive cada fase dos filhos que já não são mais crianças. A gestação gemelar e a pequena diferença de idade com a primogênita foi um grande desafio e, ao longo do tempo, os cuidados mudaram, mas o amor só aumenta. “A maternidade para mim foi e está sendo muito prazerosa, de desafios e de muito amor, amo ser mãe de três, e os meus filhos foram criados sendo quase trigêmeos (risos), porque diferença entre eles é de menos de dois anos. Quando pequenos era uma fase de muita correria, de muitas descobertas e realizações; agora, pré-adolescentes e adolescente, requerem outros cuidados, muitos diálogos e conversas, mas é igualmente boa”, pondera.
“A maternidade para mim foi e está sendo muito prazerosa, de desafios e de muito amor, amo ser mãe de três (…) Quando pequenos era uma fase de muita correria, de muitas descobertas e realizações; agora, pré-adolescentes e adolescente, requerem outros cuidados, muitos diálogos e conversas, mas é igualmente boa” – Kamila
Virtual Material Elétrico
Instagram: @virtualmaterialeletrico
E-mail: v[email protected]
Ana Paula Casado, mãe do Pedro
Pode-se dizer que a fisioterapeuta Ana Paula de Souza Barros Casado (47) viveu uma “gestação” incomum, que durou três anos. Esse foi o tempo de espera entre a habilitação para adoção e a chegada do filho Pedro Barros Casado, de quatro anos.
O caminho para Ana Paula se tornar mãe foi longo e começou com a tradicional tentativa de engravidar, enquanto se deparava com as dificuldades. “Foram quatro anos até receber a indicação de fazer uma inseminação por óvulo doado. Aquilo me deixou chocada e tinham várias questões que envolviam essa indicação; e como nunca foi um pensamento meu que somente é filho aquele que nasce da gente, a adoção estava decidida”, relembra.
A fisioterapeuta começou a “gerar com o coração” em março de 2017, quando o casal fez o curso, foi habilitado e entrou na fila de adoção. “A espera é demorada e angustiante. Hoje eu sei que foi o tempo de Deus, era Ele preparando o Pedro para mim. Quando meu filho chegou, em abril de 2020, eu sabia que ele também tinha vindo de dentro de mim; a diferença é que não foi da barriga e sim do coração”, descreve Ana Paula.
Ana Paula se recorda dos detalhes da chegada do filho. “No dia 7 de abril de 2020, em plena pandemia por Covid-19, recebemos o telefonema da assistente social do Fórum que disse ‘eu estou com filho de vocês’, descrevendo o Pedro para a gente. Mas em razão das restrições, precisamos fazer um documento sobre os cuidados que teríamos com ele e foram ainda dois dias de espera até tê-lo nos meus braços.”
Em contrapartida, as medidas restritivas fizeram dessa chegada algo muito especial. “Curti muito o Pedro, a maternidade era tudo que eu queria, foi o melhor momento e sou grata a Deus. A Ana Paula de hoje é uma pessoa mais feliz e completa, que se cuida para vê-lo crescer, estar ao lado dele por mais tempo e qualidade possível”, conclui.
“Curti muito o Pedro, a maternidade era tudo que eu queria, foi o melhor momento e sou grata a Deus. A Ana Paula de hoje é uma pessoa mais feliz e completa, que se cuida para vê-lo crescer, estar ao lado dele por mais tempo e qualidade possível” – Ana Paula
Priscila Wanzeler, mãe do Cauã
Pedagoga por formação, casada e que há seis anos vive as alegrias e as dificuldades de uma maternidade atípica, Priscila dos Santos Wanzeler Poton (30) define como ‘desafiadora’ uma rotina que oscila entre o enfrentamento de muitos obstáculos e a recompensa por celebrar pequenas conquistas.
A mãe do Cauã, de seis anos, diagnosticado em 2021 com Transtorno do Espectro Autista – TEA nível 2 de suporte e também com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), conta que os desafios estão nas batalhas diárias e contínuas pelos direitos do filho e por tratamentos, que são de difícil acesso e alto custo; em meio a isso, grandes vitórias. “A fala, por exemplo, algo tão comum e esperado pelas famílias, que acontece logo no primeiro ano de vida, foi acontecer com Cauã no ano passado e já conseguimos ouvir pequenas frases; ele agora se expressa bem, mesmo não estabelecendo uma conversa funcional, e a cada dia que aparece uma palavrinha diferente é uma alegria sem fim.”
Priscila se dedica exclusivamente ao filho e a maternidade a moldou como a mulher forte que se tornou, mas levanta uma bandeira muito importante; mais que isso: necessária. “Na maternidade atípica a mãe é quase anulada, porque tudo passa a ser em função da criança. Eu tenho um marido e pai presente, que participa e contribui para que eu tenha momentos para mim, para que eu possa me cuidar, ter algo só meu; em razão disso, tenho me aventurado nas redes sociais (@priiwanzeler), onde eu falo sobre o autismo e a maternidade atípica, com informação e compartilhando experiências, falando especialmente com outras mães como eu. Acredito que isso é direito de toda mãe, é o direito de ser mulher também”, defende Priscila.
“Na maternidade atípica a mãe é quase anulada, porque tudo passa a ser em função da criança. Eu tenho um marido e um pai presente, que participa e contribui para que eu tenha momentos para mim, para que eu possa me cuidar, ter algo só meu (…) Acredito que isso é direito de toda mãe, é o direito de ser mulher também” – Priscila.
Cristhiane Igreja, mãe do Murilo
Paciência, tolerância e amor foram as virtudes que Cristhiane Carvalho Igreja (33) declara terem se multiplicado exponencialmente dentro dela junto com o nascimento do filho Murilo Carvalho Rezende, de seis anos, portador da síndrome de Down.
Cristhiane lembra que ela e o marido descobriram a condição do Murilo ainda na gestação e, até aquele momento, a síndrome de Down era algo novo e assustador ao mesmo tempo. “Tudo que se fala sobre a síndrome de Down se resumia ao ‘cromossomo do amor’, mas não se fala na saúde dessas crianças, nas patologias que podem vir acompanhando-as, umas mais outras menos. Murilo nasceu com uma cardiopatia, hipotireoidismo e alergia muito forte; até o ano passado tínhamos um cuidado extremo com ele, pois foi no mês de agosto de 2023 que foi feita a correção dessa cardiopatia, foi uma cirurgia de peito aberto e, hoje, todo esse quadro inicial está controlado, graças a Deus.”
Apesar da rotina agitada em razão das demandas do filho – terapias, atividades, escola regular e Apae, Cristhiane trabalha com serviços gerais para uma residência de aluguel. Para a autônoma, a maternidade é um misto de sentimentos e que, no caso dela com o Murilo, se vive em um dia de cada vez. “Aprendi a respeitar e entender os limites do próximo com meu filho; precisei me reencontrar totalmente. É cansativo sim, mas agradeço a Deus por ter me escolhido para ser mãe dele. Meu esposo e minha família são participativos, tenho muito apoio deles e dos profissionais maravilhosos que nos acompanham. É muito gratificante cada conquista do meu filho, e assim a gente aprende que tudo acontece na hora que tem que acontecer”, finaliza Cristhiane.
“Aprendi a respeitar e entender os limites do próximo com meu filho; precisei me reencontrar totalmente. É cansativo sim, mas agradeço a Deus por ter me escolhido para ser mãe dele (…) É muito gratificante cada conquista do meu filho, e assim a gente aprende que tudo acontece na hora que tem que acontecer” – Cristhiane
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