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Entrevista

Antes do retorno, Samarco implanta o “Força Local”

Publicado em 22 de novembro de 2020 às 15:00
Atualizado em 22 de novembro de 2020 às 15:00

Esta semana, a Revista Sou conversou com a gerente de Suprimentos da Samarco, Ailana Vilela, sobre o programa Força Local, iniciativa lançada em outubro deste ano para ajudar a fomentar o desenvolvimento nos territórios onde a empresa atua.

Ailana está na Samarco há pouco mais dois anos e é responsável pelos processos de suprimentos, dentre eles as compras de materiais, serviços, insumos e projetos, logística, importação, almoxarifados e gestão de contratos de operação. Foto: Alexandre Rezende

Em entrevista, Ailana fala como surgiu a ideia do Força Local, a parceria com as entidades de classe para fazer o programa acontecer, conta também sobre os workshops para capacitar fornecedores, além de abordar o processo de retomada das operações da Samarco, previsto para ocorrer até o final deste ano.

Revista Sou: A Samarco se prepara para retomar as atividades de maneira gradual, em breve, e empresas dos municípios de influência direta certamente buscarão oportunidades para se tornarem fornecedores. Qual a contribuição do programa Força Local para os municípios próximos às operações?

Ailana Vilela: Com a proximidade da retomada nos complexos de Germano (MG) e Ubu (ES), a Samarco, que sempre teve como prioridade a contratação local, identificou neste novo momento a necessidade de fomentar o desenvolvimento nos territórios onde atuamos. A Samarco voltará menor, inicialmente com 26% da capacidade operacional, e percebemos a necessidade que os municípios e também os moradores pensem o território além da mineração. Em conversas com integrantes das entidades de classe vimos a oportunidade de desenvolver um programa direcionado ao empresário local de Minas Gerais e do Espírito Santo, uma oportunidade de olharmos com ainda mais atenção para os territórios onde atuamos. Assim surgiu o Força Local, um programa baseado em cinco pilares: políticas, capacitação, negócios, monitoramento e desenvolvimento e qualificação. Dentre os objetivos, está o incentivo a fornecedores e comerciantes locais para, além de se tornarem aptos a atender possíveis demandas da Samarco, atender também outras empresas.

RS: Qual o papel das entidades de classe no programa Força Local?

AV: Como disse anteriormente, a concepção do Força Local surgiu por meio de reuniões e de demandas das entidades de classe dos municípios da nossa Área de Influência Direta (AID). O programa permitirá fortalecer os vínculos não apenas com as comunidades e fornecedores locais, como com entidades de classe, que desempenham papel importante na integração e mobilização entre as empresas e demais órgãos representativos em cada município. Por meio dessa parceria com as entidades de classe já estamos realizando os workshops para fornecedores e, no próximo ano, realizaremos duas rodadas de negócios.

No Espírito Santo, as entidades parceiras do programa são: Câmaras de Dirigentes Lojistas (CDLs) de Anchieta e de Guarapari, Associação Comercial de Piúma (Ascopi) e Agência de Desenvolvimento da Região da Costa e da Imigração (Adeturci).

RS: A contratação de fornecedores fomenta a economia e possibilita o desenvolvimento de empreendedores locais. Como a Samarco pretende qualificar e contratar essas empresas?

AV: Em constante evolução, o mercado exige novas habilidades das empresas e empregados, e o Força Local pretende contribuir com a melhoria de desempenho das empresas para que estejam cada vez mais preparadas para atender as demandas da Samarco e de outros clientes.

Iniciamos em novembro os primeiros workshops com o tema “Como se cadastrar na Samarco” e, ainda este ano, está prevista a realização de outros encontros virtuais, com os temas como conhecer o processo de compras da empresa, análise econômico/financeira, regularidade social, licenciamento ambiental, saúde e segurança do trabalho, dentre outros. O fornecedor interessado em participar dos workshops deve procurar a entidade de classe do seu município para fazer a inscrição.

Para 2021, pretendemos realizar palestras, seminários e rodadas de negócios, em parcerias com as entidades de classe com o objetivo de conectar compradores e fornecedores, bem como estimular excelentes oportunidades comerciais.

RS: Como você disse, o programa é apoiado em ações estruturantes que vão de política a negócios, desenvolvimento e qualificação. Um tema debatido com frequência nos municípios é a contratação de mão de obra local.  Como o programa prevê este incentivo?

AV: Por entender que o comércio local tem extrema importância na geração de empregos para a população, um dos pilares do programa, a capacitação engloba não apenas os fornecedores, como também a mão de obra local. Afinal, não adianta capacitarmos as empresas locais, se não contribuirmos para a melhoria da mão de obra dos territórios onde atuamos. Após o mapeamento das demandas e perfil profissional, a Samarco oferecerá, em parceria com o Senai, cursos de capacitação em Minas Gerais e no Espírito Santo. Não iniciamos essas capacitações neste ano em razão da pandemia e esperamos poder iniciá-las no primeiro semestre de 2021.

Presente no compromisso da empresa, a Samarco prioriza a contratação local direcionada a residentes nas comunidades vizinhas e sedes municipais para realização de suas atividades, de forma a contribuir para as economias locais e o desenvolvimento social destes municípios.

RS: E como as empresas interessadas em se tornar fornecedoras podem participar?

AV: Empresários e interessados em participar das atividades do Força Local podem entrar em contato com as entidades locais do próprio município e também pelo e-mail programaforcalocal@samarco.com.

RS: Sabemos da expectativa dos municípios para a retomada das operações da empresa. E na Samarco, como estão os preparativos para este momento?

AV: A Samarco se prepara para a retomada operacional prevista para o final do ano, após a implantação do sistema de filtragem de rejeitos, em andamento, e conclusão das atividades de prontidão operacional. A retomada será de forma gradual, inicialmente, com um concentrador em Germano, em Minas Gerais, e uma usina de pelotização em Ubu, no Espírito Santo, ou seja, com 26% da capacidade. A produção inicial prevista é de aproximadamente 8 milhões de toneladas por ano.

O sistema de filtragem de rejeitos que está sendo implementado possibilitará o empilhamento a seco de 80% do rejeito a ser gerado no processo produtivo. Os 20% restantes serão dispostos na Cava Alegria Sul, uma estrutura de formação natural rochosa e confinada que permite a contenção natural do rejeito de forma mais segura. Toda a água extraída com a filtragem será recirculada no processo produtivo tornando-o mais sustentável, apoiado em boas práticas de sustentabilidade.

Ressalto ainda a obtenção da Licença de Operação Corretiva (LOC), aprovada em outubro de 2019 pela Câmara de Atividades Minerárias (CMI), do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam), que garante à empresa todas as licenças ambientais necessárias para reiniciar as atividades operacionais.

RS: Qual a mensagem para os empresários locais?

AV: A gestão de fornecedores é uma ação estratégica na Samarco, e o Força Local é uma oportunidade para estimular o empreendedorismo nos municípios e a competitividade, além de contribuir para o fortalecimento da economia e o desenvolvimento regional na área de influência da empresa. A Samarco deseja que o empresário local esteja cada vez mais qualificado e se sinta estimulado a participar da nossa retomada operacional e também se tornar fornecedor de outras empresas nos territórios onde atuamos. O programa Força Local é uma iniciativa da Samarco em parceria com as entidades de classe, é um programa de todos e que, tenho certeza, contribuirá para o desenvolvimento econômico dos territórios. Em breve teremos mais novidades.

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