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Com boneca de crochê, artesã inspira corrente do bem

Nela, os elos são: Solidariedade, empatia, troca, aprendizado e motivação

por Carolina Brasil

Publicado em 1 de setembro de 2019 às 09:00 / Atualizado em 14 de agosto de 2020 às 10:18
Os cabelos da Boneca Vida são como perucas. Fotos: Divulgação

Em pouco mais de um ano, a boneca Vida já foi além e se tornou o ponto de partida para uma grande rede de apoio em torno das crianças acometidas pelo câncer e que também envolve pessoas em situação de vulnerabilidade social, depressão e detentos. Uma corrente do bem, como define a artesã e idealizadora do projeto, Rogéria Aguiar. 

No dia 11 de abril de 2011, Rogéria enfrentou o diagnóstico do Câncer de Mama e as incertezas que viriam a partir do tratamento. “Foi no dia do meu aniversário. Eu era diretora na Escola Rui Barbosa, em Guarapari. Comemorei com os meus colegas e comuniquei a notícia. Fui acolhida e abençoada por eles”, lembrou. 

Rogéria Aguiar

Para ela, ninguém passa por um tratamento oncológico sem se transformar. As dores e as angústias se tornaram cura e motivação para a solidariedade. Rogéria conta que, alguns anos depois da superação, confeccionando uma boneca para a sobrinha, sentiu que peça poderia significar mais do que um brinquedo.  “Enfrentar um câncer não é fácil e tão pouco simples. A perda dos cabelos é uma consequência marcante. Deus me mostrou que a boneca poderia servir de acalanto e identificação para as crianças que enfrentam a doença. Assim surgiu a Vida”. 

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Vida é careca, mas vem acompanhada de uma peruca. A boneca é feita de linha de crochê e confeccionada com uma técnica japonesa. Ela tem até um irmão, que ganhou o nome de Bernardo, inspirado em um menino que venceu a Leucemia. Assim, a partir de meados de 2018, a artesã passou a se dedicar a produção das bonecas e dos bonecos para doar as crianças assistidas pela Acacci – Associação Capixaba Contra o Câncer Infantil – e em tratamento no setor de oncologia do Hospital Infantil de Vitória. 

E isso é só um elo da corrente. Atualmente, mais de 50 pessoas colaboram fazendo as bonecas e tantas outras ajudam com recursos e linhas. Por aqui, detentos do regime fechado foram impactados pela causa, aprenderam a técnica e aproveitam o tempo ocioso para confeccionar bonecas. “Nunca imaginei o tamanho dessa corrente, é como se a ‘Vida’, além de dar alegria para as crianças, fosse uma nova chance para quem errou. Só posso afirmar que tudo isso é Deus”, destacou Rogéria emocionada. 

Como profissional da Educação, a artesã mantém o dom de ensinar e já viaja o Brasil propagando a iniciativa, semeando o bem. São Paulo, Cuiabá e onde mais a “Vida” pedir. Não há limites geográficos. Recentemente, Rogéria ensinou quase 30 mulheres no Piauí em uma ação missionária e se prepara para voltar a capital do Mato Grosso para a entrega de 200 bonecas. Ainda este ano, ela também viaja para o Canadá onde ensinará a técnica em uma ONG que já atua em apoio às mulheres que precisam realizar a mastectomia e, inclusive, ajudou no registro de patente para a boneca. Dedicada à causa, Rogéria também faz palestras e conta com a solidariedade para continuar e expandir o projeto. Quem quiser ajudar, basta enviar mensagem via Whatsapp (27) 99694-3835. 

Gincana arrecada mais de 120 mil metros de linha 

Parte dos alunos da Escola Rui Barbosa contabilizando o resultado da gincana.

Como parte das Olimpíadas Escolares 2019, a Escola Rui Barbosa, em Guarapari, estimulou os alunos e arrecadou com eles nada mais nada menos do que 121.210 metros de linhas, matéria-prima para a confecção das ‘Vidas’ e dos ‘Bernardos’ que farão a alegria das crianças e servirão de motivação para quem, ponto a ponto, escolheu doar parte do tempo para a confecção. “Antes do incentivo às práticas esportivas, nossas Olimpíadas têm sempre o objetivo principal de abraçar uma causa social, estimulando nos alunos o espírito solidário, a empatia e o amor ao próximo. Rogéria faz parte da história da nossa Instituição e, neste ano, não poderíamos escolher outro projeto que não o dela”, ressaltou a diretora Ridamar Souza Lima. 

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