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‘Novembro Azul’: médico orienta para prevenção e diagnóstico do câncer de próstata

por Aline Couto

Publicado em 24 de novembro de 2022 às 09:50 / Atualizado em 27 de dezembro de 2022 às 08:04

Anualmente no mês de novembro é iniciada a campanha “Novembro Azul”, que tem o intuito da conscientização a respeito das doenças masculinas, com ênfase na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer de próstata.

Para um maior entendimento da importância do autocuidado masculino, o médico urologista, Gustavo Miranda Vieira, conversou com o folhaonline.es e reforçou pontos necessários.

Foto: arquivo pessoal

Confira:

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Folha: Qual o objetivo do “Novembro Azul”?

Dr. Gustavo: “O principal objetivo da campanha é conscientizar o homem acerca da importância do acompanhamento anual com o urologista que permite o diagnóstico precoce do câncer de próstata. Esse tipo de câncer é o segundo mais comum entre os homens (primeiro é de pele) e o diagnóstico precoce permite o tratamento nas fases iniciais, com grande probabilidade de cura. A única possibilidade de cura é com o diagnóstico precoce”.

Folha: Qual a importância dos exames preventivos?

Dr. Gustavo: “Para detecção do câncer de próstata utilizamos, inicialmente, dois exames: o exame digital da próstata (toque) e o PSA (exame de sangue). Esses exames permitem o diagnóstico precoce do câncer de próstata, possibilitando assim a cura. Nas fases mais avançadas do câncer, quando já há metástases (acometimento de outros órgãos) a cura já não é mais possível e os tratamentos são somente para prolongar a vida”.

Folha: O autocuidado masculino ainda é tabu?

Dr. Gustavo: “Reconheço que o preconceito em relação ao exame de próstata tem diminuído muito. Provavelmente devido às campanhas maciças ao longo dos anos. Observamos, no entanto, paciente que ainda se negam a se submeter ao exame”.

Folha: Que doenças acometem mais os homens? Como podem ser evitadas?

Dr. Gustavo: “Além do câncer de próstata, a visita anual ao urologista também permite o diagnóstico precoce de outros tipos de câncer do sistema urinário, como câncer renal e de bexiga. A doença mais comum relacionada ao envelhecimento masculino é a Hiperplasia Prostática Benigna. Essa doença benigna decorre do crescimento progressivo da próstata que pode acarretar dificuldade miccional e até mesmo falência renal com necessidade de hemodiálise”.

Folha: Qual idade masculina é sinal de alerta para a procura do urologista?

Dr. Gustavo: “A sociedade brasileira de urologia recomenda que todo homem a partir dos 50 anos comece a realizar anualmente os exames para detecção do câncer de próstata. Homens com história familiar de câncer de próstata e homens negros, devido ao risco maior, devem iniciar os exames mais cedo, aos 45 anos”.

Folha: Quais dicas podem ser passadas para os homens cuidarem mais da saúde?

Dr. Gustavo: “De forma geral, a melhor forma de manter uma boa saúde é mantendo uma rotina de atividade física diária, controle do peso e alimentação equilibrada. Ainda não existe comprovação que alguma classe de alimentos específica possa reduzir a incidência do câncer de próstata. Alguns indícios falam a favor dos alimentos ricos em licopenos, porém ainda carecem de mais estudos científicos”.

Dados

Foto: reprodução

O câncer de próstata é o tipo mais comum de câncer entre a população masculina, representando 29% dos diagnósticos da doença no país. Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam para 65.840 novos casos de câncer de próstata a cada ano, entre 2020 e 2022. Homens com mais de 55 anos, com excesso de peso e obesidade, estão mais propensos à doença.

Outro ponto em relação à saúde do homem envolve o câncer de pênis que, em alguns casos, resulta na amputação do órgão. A estimativa do INCA é que ocorram 1.130 novos casos da doença neste ano. Os principais fatores de risco são higiene íntima inadequada e infecção por HIV. 

O Ministério da Saúde também está reforçando os cuidados para o câncer de boca. Na população masculina, esse câncer é o quinto tipo mais incidente. Tabagismo, consumo excessivo de álcool, exposição solar sem proteção, infecção pelo vírus HPV e imunossupressão estão entre os fatores de risco para a doença, que normalmente acomete homens com mais de 40 anos. De acordo com o INCA, a estimativa para o triênio 2020 a 2022 é de 11.180 novos casos a cada ano.

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