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Reciclagem se torna projeto para castrar animais de Guarapari

O projeto foi criado em janeiro e auxilia o meio ambiente e a castração de animais

por Larissa Castro

Publicado em 3 de setembro de 2020 às 12:37 / Atualizado em 3 de setembro de 2020 às 12:38

Para fazer a diferença em meio a sociedade e contribuir com o controle de animais abandonados, o projeto “Guaratampinhas” foi criado no mês de janeiro em Guarapari. A ideia tem como objetivo recolher tampas de garrafas pets, metal, lacres e latinhas de alumínio, para serem vendidos. O dinheiro é revertido em castração de cães e gatos de ruas e domiciliados, quando o tutor não tiver condições para arcar com as despesas da cirurgia.

O projeto tomou forma em janeiro de 2020, e nasceu a partir da ideia da pedagoga e intérprete de Libras Alanna Bodart Almeida, 32, que contou inicialmente com a ajuda da família e das amigas, Rosane Carapiar e Taís Farias. “Me baseei em uma ideia vista na internet, sobre outros grupos de castração de outras cidades, e me identifiquei com um de Salvador, na Bahia, então, quis trazer a Guarapari”, revela.

O projeto busca parcerias. Foto: Arquivo pessoal.

A ação, que inicialmente contou com a ajuda de familiares e amigas, influencia também no meio ambiente, pois os materiais recolhidos são destinados para empresas que trabalham com reciclagem. “Temos dois objetivos: a tampa que iria se transformar em lixo, correndo o risco de ir para mares, afetando vida de animais sem o destino certo para ser descartada, agora tem um destino correto, além de ajudar cães e gatos que precisam ser castrados, para evitar a procriação”, explica Alanna.

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O primeiro gato castrado pela Ong, o Fulano. Foto: Arquivo pessoal.

Para castrar um animal, Alanna precisa de no mínimo 200 kg de tampinhas. Até o momento, devido à pandemia, que modificou os locais e a frequência de coletas da idealizadora, apenas um gato recebeu a castração.”Toda quantidade adquirida é uma conquista; um animal castrado faz diferença. A ideia é fazer parceria com escolas, para que crianças também se motivem e ajudem nesta causa, mas devido à pandemia, foi preciso adiar. Além disso, não pude fazer o mutirão, e faço a separação com o apoio da minha família, atualmente, mas preciso de voluntários, para acelerar os trabalhos”.

Como funciona a doação

Em Guarapari, nos bairros Centro, Praia do Morro, Muquiçaba, Santa Mônica há locais que fecharam parceria com o projeto, e recolhem tampinhas. Não há quantia miníma para doação, mas em casos de muitas tampinhas ou outros itens recolhidos, Alanna pede atenção dos doadores. “Qualquer quantidade de tampinha pode ser doada. Se você tiver só uma, pode entregar em um dos pontos. Só peço para que não misture os materiais. Aceitamos tampinhas de garrafas, de metal, lacres de alumínio e latinhas, mas precisam ser separados, pois isso dá muito trabalho na hora da separação, e com a pandemia, estou sem voluntários para me ajudar”.

As tampinhas podem ser doadas na academia Fit Box, Agropampas, Casa do Agricultor, na clínica veterinária Brigitte Bardot e Pet Shop Aliança. “Como só eu que recolho, consigo pegar nesses pontos”, destaca Alanna.

Quem poderá ser castrado?

Para castrar um animal é preciso no mínimo 200kg de tampinhas. Cada quilo de tampa de garrafa pet, custa R$0,50. Desde o início do projeto, apenas latas de alumínio foram vendidas, que resultaram em uma castração. O projeto ajuda cães e gatos de rua e que possuem tutores sem condições. “Sabemos que o Zoonozes faz o trabalho de castração em animais de rua, por bairros, mas mesmo assim a gente vê que é uma necessidade muito grande”, desabafa Alanna.

O método de seleção será através de inscrição, ou através de pessoas que se manifestarem no grupo Adota Guarapari, criado no Facebook, e acompanhado com frequência por Alanna. “Como não temos dinheiro em caixa ainda, não abrimos inscrição, por enquanto. O projeto não é uma troca, o doador precisa compreender que ele estará contribuindo na busca pela meta de quilos, que, com a venda, vai gerar o valor para castrar animais que realmente precisam”, ressalta.

Parcerias

Por ser um projeto recente, o projeto “Guaratampinhas” busca novas parcerias, para que mais materiais sejam arrecadados e mais cirurgias feitas. “Preciso de voluntários para recolher tampas em pontos de coletas, espaço para armazenamento e separação dos materiais, clínicas veterinárias que se disponibilizem a reduzir o valor da castração, assim como faz a Brigitte Bardot, na Praia do Morro, e ajudas de gráficas, para fazer cartazes, flyers, panfletos e caixas para deixar no shopping, que é um local com muita circulação de gente”, desabafa.

Em Guarapari há diversos pontos de coleta. Foto: Instagram.

Quem tiver interesse em ajudar no desenvolvimento do projeto, pode solicitar a participação no grupo Guaratampinhas #tampinhasdobem, no Facebook. “No momento não estou conseguindo administrar a página no Instagram, pois perdi meu celular, mas todas as dúvidas são tiradas pelo Facebook. Para castrar um gato macho são necessários 200kg de tampinha, para castrar uma gata fêmea, é preciso 300kg de tampinha. Cachorra, quase 500kg de tampa. Tem gente que pode pensar: é tanto trabalho para nada, mas se a gente conseguir castrar um animal, qualquer quantidade, já é válido, pois são 200kg de tampinhas que não vão ao lixo”.

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